Seja anulado no parêntese do tempo o dia em que o homem nasceu!
Que na manhã desse dia seja dissipado o orvalho que umedeceria a relva!
que seja retida a claridade da tarde que trouxe júbilo aos caminhantes!
que a noite em que o homem foi concebido seja usurpada pela angústia!
Resgate-se dessa noite o brilho das estrelas que pontilhavam o céu!
Recolham-se da sua infância seus sorrisos e seus medos!
Anulem-se da sua meninice suas peripécias e suas aventuras!
Risquem-se da sua maturidade seus sonhos e pesadelos, sua lucidez e suas loucuras!